quarta-feira, 8 de julho de 2009

Jornal O Diário - Quarta feira 08/07/2009

Empresário aparece, mas não ajuda na investigação.

Diante do noticiário envolvendo seu nome nas denúncias de desvio de verba na Campos Luz, o empresário Raphael Guimarães fez questão de comparecer para depor ontem à tarde na Comissão parlamentar de Inquérito (CPI) que apura as irregularidades na empresa, na Câmara Municipal. Mas para a surpresa dos vereadores, nada disse.
Acompanhado de seu advogado, Rodrigo Magalhães, Raphael chegou munido de um hábeas corpus que lhe reservou o direito de manter-se calado e não dar declarações que o auto-incriminassem.
Os vereadores tomaram conhecimento do hábeas corpus, trazido por uma oficial de justiça e concedido pelo juiz Glaucemir Silva Oliveira, no momento em que Raphael começava a ser interrogado pelos vereadores que integram a CPI.
O depoimento estava marcado para o período da manhã, mas Raphael só veio à tarde.Raphael sacou aproximadamente R$ 360 mil, na agência central da Caixa Econômica Federal, em Campos, no mês de dezembro. Os cheques eram de empresas investigadas pela CPI.
Só em três dias foram retirados 120 cheques da Campos Luz. No mesmo período, ele quitou com os cheques o pagamento de duas últimas parcelas, de R$ 79.940,00, de um apartamento adquiriu em Campos.
Ao chegar e quando saiu do prédio do Legislativo, o depoente esquivou-se da imprensa. Enquanto os repórteres o aguardavam na porta que dá acesso à sala onde seria prestado o depoimento, Raphael entrou por uma porta lateral do edifício.
Raphael que, no final da oitiva saiu em passos apressados, evitando os jornalistas, não ofereceu esclarecimento algum. “É estranho, ele quis depor, veio espontaneamente, poderia colaborar com alguns esclarecimentos, mas resolveu ficar calado”, disse o presidente da CPI, vereador Antônio Marcos Papinha.
O advogado de Raphael lembrou que seu cliente agiu de acordo com o que permite a lei. “Ele não teme o processo, está disposto a enfrentá-lo, mas veio aqui na qualidade de testemunha. E se socorreu de um direito constitucional que lhe permite a lei, de só falar em juízo”, disse Rodrigo Magalhães.
Desde o surgimento de seu nome nas denúncias, Rafael havia sido procurado para depor pelos membros da CPI, mas não foi encontrado. O advogado de Rafael Guimarães confirmou que o seu cliente não foi convocado para o primeiro depoimento e que só tomou conhecimento do envolvimento de seu nome, através da imprensa.
Com este depoimento, a CPI conclui seus trabalhos, cujo relatório será encaminhado ao Ministério Público até o dia 26. Mas Papinha declarou que a quase totalidade dos documentos está nas mãos do MP.

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