Ex-presidente da Campos Luz se nega a falar na 134
O ex-presidente da Campos Luz, Sivaldo Abílio, atendeu intimação da 134ª Delegacia Legal-Centro, e compareceu ontem de manhã, mas negou-se a prestar depoimento em cartório.
Sivaldo está arrolado no Inquérito Policial que apura irregularidades na Campos Luz, como pagamento por serviços não realizados e inclusive, saques feitos diretamente no caixa, nos últimos dias da sua gestão à frente da Campos Luz, que totalizaram R$ 10 milhões.
Além de Sivaldo, que atualmente está sem ocupação pública, a Polícia arrolou mais seis pessoas no inquérito policial.
Sivaldo Abílio se reservou a falar somente em juízo, mas seus advogados, Hélvio Granja Abreu (juiz aposentado) e João Paulo Granja, informaram que o cliente foi orientado a falar somente a verdade, e que Sivaldo afirma que não cometeu as irregularidades, e que as denúncias não têm fundamento.
De acordo com informações da delegacia o Inquérito Policial foi instaurado há cerca de um mês, após serem analisados os documentos que embasam as denúncias feitas pelo novo presidente da Campos Luz, Álvaro Augusto Barbosa.
Constam no inquérito contra Sivaldo Abílio, desvio de recursos da ordem de R$ 10 milhões, feitos por ele, através de saques em cheque, diretamente no caixa do banco; pagamentos efetuados para empresas sem que a totalidades dos serviços tenham sido realizados, e ainda a contratação sistemática de um grupo de empresas, sem a devida realização de licitações.
Os novos gestores da Campos Luz informam que dos 1.513 processos de compra, a maior parte constam irregularidades.
Dentre as irregularidades, que evidenciam o desvio de recursos, constam como exemplo, o pagamento pela compra de 63 braços para sustentação de luminárias, reatores, lâmpadas, relês e luminárias para a rua Barão da Lagoa Dourada, mas esta rua, no Centro da cidade, tem somente 54 postes de iluminação.
Na Rua Projetada 2, que conta com 24 postes, as compras registram 40 braços, reatores, relês e luminárias para trocas que não foram realizadas.
De acordo com a documentação encaminhada para a polícia, para o Ministério Público Estadual e para o Tribunal de Contas do Estado (TEC) a empresa responsável pela venda teria faturado mais de R$ 3 milhões com o esquema.
Um levantamento realizado pelos diversos órgãos da prefeitura, com suporte da Controladoria Geral do Município, identificou gastos com o custeio fixo na Prefeitura de Campos acima de são de R$ 65 milhões mensais.
De acordo com o secretário de Controle e Orçamento, Suledil Bernardino, o governo tem trabalhado para baixar o custeio, que são gastos com a folha de pagamento, água, luz, telefone, convênios, parcelamento de dívidas com o governo federal, entre outros. Suledil dá como exemplo a economia de R$ 52 mil mensais com as contas de água, a partir dos reparos nas bóias e conexões das instalações hidráulicas dos prédios públicos que estavam com vazamentos.
Mas Suledil ressalta que o desperdício do dinheiro público com gastos descontrolados e as dívidas deixadas pelo governo passado, chegam a R$ 200 milhões.